"... dou conta (...) que não podemos vencer esta batalha para salvar espécies e ambientes sem criarmos um laço afetivo com a natureza, pois não lutaremos por salvar aquilo que não amamos (mas só apreciamos de um modo abstrato)"

Stephen Jay Gould, 1993



Répteis e anfíbios

Poucos animais causam tanta agitação e entusiasmo nos grupos como os répteis e os anfíbios. Infelizmente de ano para ano vão sendo cada vez mais difíceis de observar. A maioria dos campos está ao abandono e foi ocupado por espécies vegetais invasoras, como a erva-das-pampas (Cortaderia selloana) e a acácia-austrália (Acacia melanoxylon). As linhas de água estão asfixiadas por plantas e algas de água doce. Apesar de tudo, ainda conseguimos capturar e observar um licranço e observar à distância uma rã-verde, uma vez que não se deixou apanhar.

O licranço (Anguis fragilis) é um animal completamente inofensivo mas que, por desconhecimento e ignorância, é temido pelo facto de se julgar que é venenoso. Ver a referência anterior à espécie neste site  AQUI.

Experiência de manipulação do licranço capturado.  

Partilha da experiência do contacto com o animal. 


Estes momentos, com verdadeiro impacto juntos dos elementos dos grupos, constituem experiências pessoais únicas, capazes de modificar de uma forma profunda o seu relacionamento com o meio natural.

Aumenta a confiança e a autoestima, para além do desejo de querer proteger animais que são geralmente perseguidos.

Licranço delicadamente colocado sobre o guia de campo na página onde é referido.

Devolução do animal ao meio natural.
A rã-verde, cujo nome científico foi recentemente alterado de Rana perezi para Pelophylax perezi, foi observada na Ribeira de Canelas, num pequeno troço ainda livre de vegetação serrada.



Observação e identificação de uma rã-verde à distância.

Tentativa de captura do animal.

Insetos e companhia...

Com o avançar da primavera os motivos de interesse multiplicam-se: surgem em força os insetos, os répteis e os anfíbios acordam do estado de hibernação e as plantas enchem-se de flores. As espécies de aves vão entretanto variando. Observam-se menos piscos-de-peito-ruivo, felosas, ou pombos-torcazes, mas surgem outras espécies como as andorinhas e os verdilhões. Os serzinos aumentam bastante de número.

O Clube de Ciências é uma escola sem muros!

Marca que assinala o percurso da Trilha da Serra de Canelas. O nosso trabalho de pesquisa decorre precisamente neste espaço. 
Este ano demos uma atenção especial aos invertebrados. Insetos, aranhas e outros pequenos animais povoam campos e prados e manchas de bosque em toda a região. Basta estarmos atentos e é todo um mundo novo que descobrimos.
Pesquisa de animais num prado.

Aranha em espera de uma possível presa.
Gafanhoto capturado e manipulado delicadamente pelas asas para se evitar causar qualquer dano. Foi um momento para nos relembrarmos do tipo de revestimento e das suas adaptações ao salto.
Os telemóveis constituem boas ferramentas para registo de imagens dos animais observados.

Utilização de uma rede para capturar insetos.

Observação de uma larva de borboleta com pelos urticantes.
Libélula (Orthetrum coerulescens) observada pousada junto à Ribeira de Canelas.
Pesquisa de animais aquáticos com rede de captura.
Alguns dos animais aquáticos capturados durante uma das saídas: larva-de-libélula, escorpião-de-água e escaravelho aquático.
Vista dos animais aquáticos em maior detalhe.

Identificação dos animais através de um guia de campo. 
Devolução dos animais ao meio.

Chapim-azul

O chapim-azul (Cyanistes caeruleus) é um pequeno pássaro, muito ágil, de corpo rechonchudo, cabeça arredondada e cauda comprida. Uma das características mais notórias é o seu barrete azul, que tal como as asas, também azuladas, está na origem do seu nome vulgar. É uma das aves mais bonitas da região!

Observa o chapim-azul neste magnífico vídeo de origem inglesa. Repara que o nome vulgar em inglês (blue tit) é diferente da versão portuguesa, no entanto o nome científico,  Cyanistes caeruleus, mantém-se!


Durante as saídas deste ano só observámos a espécie por uma vez, no dia 13 de fevereiro. Não é particularmente abundante na região da Trilha da Serra de Canelas.

Elementos do clube observando com atenção algumas aves pousadas numa árvore próxima.

Observação do chapim-azul na região próxima da Ribeira de Canelas.
Fase de pesquisa acerca das principais características da espécie.
Registo dos dados nos cadernos de campo.


Bilhete de identidade:

Nome vulgar: Chapim-rabilongo.

Nome científicoCyanistes caeruleus

Filo: cordados

Classe: aves

Habitat: bosques, jardins e charnecas.

Comprimento: 12 cm.

Dimorfimo sexual: não existe.

Alimentação: insetos, sementes e frutos.

Tipo de ocorrência: pouco frequente.